Derrota total, base aliada do governo não consegue votos suficientes e PEC do voto auditável não passa.
A derrota era certa e veio. A PEC do voto auditável quando foi apresentada tinha maioria dos votos no colegiado. Quando estava prestes a ser votada algo aconteceu e os deputados foram trocados. Nessa troca os deputados escolhidos para integrar essa pauta eram notoriamente contra. De modo que ouve uma correria para dar tempo de convencer os novos integrantes desse colegiado da necessidade e da importância dessa mudança no sistema eleitoral.
Foi árduo o trabalho da comissão, o presidente da República entrou na história em defesa dessa mudança, do outro lado o presidente do TSE entrou em campanha contra a mudança.
Hoje o presidente do TSE é ninguém menos que o ministro Barroso. O sistema de presidente do TSE é rotativo, os ministros do supremo se alternam na presidência. Como presidente Barroso fez uma quase campanha para informar que o sistema do jeito que está é seguro e inviolável.
Ele se encontrou com os líderes dos partidos em reunião que não sabemos o motivo nem o que foi conversado. No entanto, pela pressa na realização e pelo que vinha se desenrolando de boatos pelo congresso e na mídia, ficou subtendido que o assunto foi o voto auditável. Não dá pra dizer com 100% de certeza que esse foi o tema pois se realmente foi isso e se ele tentou convencer os partidos a votarem contra, isso talvez configure crime. Um ministro do STF não pode se envolver em assuntos tratados pelo legislativo, nem influenciar qualquer tipo de opinião.
Bolsonaro não ficou parado diante dessa briga de narrativas e partiu pra cima de Barroso, o acusou de fazer campanha contra a PEC e o questionou sobre o que ele ganharia com isso. Ainda deixou implícito que aquele não era o lugar nem o momento da Suprema Corte dar opinião.
A pá de cal de do presidente da república para calar e enterrar de vez o caráter de Barroso foi dada em entrevista a Jovem Pan, na ocasião Jair Bolsonaro apresentou um inquérito que corre na Polícia Federal desde 2018, em que por pedido do presidente do TSE, que na época era Rosa Webber, foi instaurado uma investigação sobre a invasão de um hacker, que teve acesso ao sistema de abril de 2018 à novembro de 2018, mais precisamente 10 dias depois do segundo turno das eleições.
Isso quer dizer que quando o ministro Barroso disse, há alguns dias atrás, que o sistema era inviolável ele mentiu para o povo brasileiro. Não só isso, ele afirmou que mentiu, no dia seguinte a essa informação Barroso usou o twitter para dizer que apesar da invasão as eleições de 2018 foram seguras.
Agora uma reflexão, o presidente Bolsonaro mostrou uma série de inconsistências do sistema na sua live na quinta feira da semana passada. Ouve várias coisas estranhas, como ele mesmo disse não dá pra dizer com certeza que tem algo errado, mas que é estranho é. Agora o TSE confirma que houve invasão e diz que mesmo assim foi tudo seguro. Veja, eles não descobriram que o hacker estava no sistema, o hacker que enviou um e-mail diretamente para pessoas de lá informando da invasão e quão fácil foi. Ainda assim eles esperam que o povo acredite na segurança do sistema, é de fazer rir.
O sonho de que o sistema mude pareceu ter morrido ontem com a derrota. No entanto o presidente da câmara, Arthur Lira disse que pode trazer essa pauta para uma votação completa entre todos os deputados, já que apenas alguns que participaram dessa decisão. Ele disse que o assunto é complexo demais para não envolver todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário