A Polícia Federal (PF) acusa a direção atual da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), nomeada pelo presidente Lula, de interferir nas investigações sobre o uso do software espião FirstMile.
A denúncia diz que teria sido usado para monitorar ilegalmente ministros do STF e políticos adversários. Segundo a PF, a atual cúpula da Abin dificultou o acesso a dados relevantes para a apuração, alegando preocupação com a segurança das operações de inteligência, e também influenciou na percepção dos investigados, ao afirmar que a investigação tinha fundo político e iria passar.
A PF cita como exemplos de interferência o diretor Alessandro Moretti, que é delegado da PF e ex-diretor de inteligência da corporação, e o ex-diretor Paulo Maurício Fortunato, que era responsável pelo FirstMile no governo Bolsonaro e virou o número três da Abin no governo Lula.
A PF pediu ao ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito que apura o caso, a realização de uma operação para cumprir mandados de busca e apreensão contra os envolvidos, incluindo o ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, que é amigo pessoal de Bolsonaro e foi indicado por ele para a direção-geral da PF, mas teve a nomeação barrada pelo STF. A operação foi deflagrada nesta quinta-feira (25) e apreendeu documentos, celulares e computadores dos alvos.
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