Mais uma vez o mundo da voltas e quem chamava Bolsonaro de corrupto está prestes a ser investigado. CPI contra padre Júlio Lancellotti acirra disputa eleitoral em São Paulo.
Uma proposta de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pretende investigar a atuação de organizações não governamentais (ONGs) que atendem dependentes químicos na região da Cracolândia, em São Paulo, está causando polêmica e acirrando a disputa eleitoral na capital paulista. A CPI tem como principal alvo o padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua, da Arquidiocese de São Paulo, e um dos maiores defensores dos direitos humanos da população em situação de vulnerabilidade social na cidade.
A proposta de CPI foi feita pelo vereador Rubinho Nunes (União), que acusa o padre Júlio de integrar uma "máfia da miséria" que explora os usuários de drogas na Cracolândia. O vereador coletou as 24 assinaturas necessárias para protocolar o pedido, que será discutido na volta do recesso parlamentar, em fevereiro. O vereador nega que tenha motivação eleitoral e diz que quer fiscalizar o uso de dinheiro público pelas ONGs.
No entanto, a proposta de CPI tem um forte viés político, pois o partido de Rubinho, União, apoia a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), enquanto o padre Júlio é próximo de Guilherme Boulos (PSOL), um dos pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo nas eleições de outubro. O prefeito Ricardo Nunes é favorável à política de internação compulsória dos dependentes químicos, que é criticada pelo padre Júlio, que defende a abordagem de redução de danos e de respeito à autonomia dos usuários.
A CPI contra o padre Júlio Lancellotti é mais um capítulo da disputa eleitoral em São Paulo, que promete ser acirrada e polarizada. De um lado, estão os que defendem uma política de segurança pública e de higienização social, que visa eliminar a Cracolândia.
Edição e texto: Theta Wellington
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