O contexto global contribui, mas é o cenário interno que mais pesa. Na manhã da sexta-feira, a expectativa era de que os números de emprego nos Estados Unidos pudessem diminuir a alta do dólar. No entanto, dados de criação de vagas decepcionantes somados à estabilidade da taxa de desemprego norte-americana mantiveram o real e outras moedas emergentes em baixa. O dólar também se fortaleceu globalmente, o que afetou a moeda brasileira ainda mais, já fragilizada pela instabilidade econômica e pela falta de ação do governo.
No Brasil, a falta de um plano de controle de gastos e de uma política econômica firme faz com que o mercado encare o real com desconfiança. Em outros momentos de crise cambial, havia alguma iniciativa ou intervenção do Banco Central para amenizar os impactos, mas agora a alta do dólar é atribuída ao aumento da percepção de risco, o que descarta uma intervenção direta. É o reflexo de um governo que, ao invés de inspirar confiança, tem afastado investidores e dificultado a recuperação econômica.
Os impactos dessa alta do dólar vão muito além do mercado financeiro e chegam ao dia a dia dos brasileiros, que já convivem com aumento nos preços de bens importados e combustíveis. As promessas de campanha, que incluíam controle da inflação e estabilidade econômica, não se cumprem, e o governo parece perdido em meio ao agravamento da crise.
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