"Minuta do Golpe": A Cortina de Fumaça para Encobrir os Cortes no Governo Lula
Nos últimos dias, um tema que parecia esquecido voltou a ocupar as manchetes da grande mídia: a chamada "minuta do golpe". Um documento que supostamente detalharia planos para questionar o resultado das eleições de 2022 foi trazido novamente à tona. Porém, por trás dessa narrativa, esconde-se uma estratégia clara: desviar o foco de decisões controversas do governo Lula, que incluem cortes em programas de assistência social e repasses para instituições de ensino superior.
O governo federal anunciou recentemente um corte significativo no orçamento do Bolsa Família, um programa historicamente defendido como símbolo do combate à pobreza. Além disso, os repasses para universidades públicas também foram drasticamente reduzidos, colocando em risco o funcionamento básico dessas instituições. Um exemplo emblemático foi o caso de uma grande universidade federal que precisou suspender o pagamento da conta de luz por falta de recursos. Esses acontecimentos, de impacto direto na vida da população, têm recebido uma cobertura quase discreta da mídia, enquanto acusações contra o bolsonarismo continuam ganhando destaque desproporcional.
O retorno da "minuta do golpe" às discussões públicas é, no mínimo, oportuno para o governo Lula. Ao reviver um tema que apela ao emocional e remete a polêmicas do passado, desvia-se a atenção dos problemas reais e imediatos que afetam a população. O foco exagerado em algo que ainda está em investigação, enquanto medidas concretas e prejudiciais são tomadas pelo atual governo, revela uma escolha editorial questionável da grande mídia, que parece se alinhar à narrativa oficial em detrimento da fiscalização independente.
Criticar o bolsonarismo por práticas antidemocráticas é legítimo, mas é inaceitável que essa crítica seja usada como cortina de fumaça para proteger um governo que toma medidas contrárias ao bem-estar da população. O papel da imprensa deveria ser o de informar, questionar e fiscalizar, independentemente do viés político. No entanto, ao privilegiar narrativas que reforçam divisões ideológicas, a grande mídia negligencia sua função essencial de trazer à luz os problemas que realmente afetam os cidadãos.